Já estive no Amazonas. Naveguei pelo rio Abacaxis. Lembro que ao sair de um vilarejo ao cair da tarde, em nossa “voadeira”, nos dirigíamos a um outro vilarejo.
Escureceu mais rápido do que havíamos previsto e logo nos deparamos com uma situação inusitada. Não havia luz. Nem nas margens do rio para nos guiar, nem mesmo a das estrelas, porque estava nublado.
Eu não sabia, mas essa situação é extremamente perigosa, porque a água funciona como espelho e contribui para nos ofuscar. Estávamos perdidos, sem qualquer orientação e era só uma questão de tempo batermos em um barranco e virarmos o barco.
Talvez você diga: “Vocês não tinham lanterna?” Foi exatamente o que fiz, saquei rapidamente minha lanterna e me pus bravamente a iluminar o caminho! Mas tão logo fiz isso fui repreendido pelo nosso guia. Essa luz não servia, ao contrário atrapalhava. Como nessa situação a água funciona como espelho, a luz de dentro da “voadeira” servia apenas para nos ofuscar. Precisávamos de luz, mas a luz que vinha de fora da embarcação. A que vinha da terra firme.
Isso me remete à uma realidade: nós precisamos de luz! Nos rebelamos contra o Bom Deus e o resultado disso foi escuridão. Decidimos nos tornar autônomos em relação a Deus e determinar o nosso próprio caminho, seguir nossos próprios desejos e sonhos. Escolhemos trilhar o caminho do que achamos que é correto e proveitoso. O problema é que fazendo assim seguimos a nossa própria luz, a luz do nosso próprio barco e terminamos perdidos, sem qualquer orientação a nos guiar.
Mas Deus é imensamente gracioso. Ele enviou a luz para nós. O Evangelho de João começa assim:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito existiria. A vida estava nele e era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” (Jo 1.1-5).
Perceba que o Verbo (aquele mesmo gerador de toda existência conforme vemos em Gn 1) era o próprio Deus. Nele estava a vida e era a luz dos homens. A luz que tanto precisamos é o próprio Deus! Nós o rejeitamos, mas a solução é Ele mesmo.
João continua a falar sobre Deus como luz. O evangelista diz: “Pois a verdadeira luz, que ilumina a todo homem, estava chegando ao mundo.” (Jo 1.9).
A luz (Deus) estava chegando ao mundo! O mundo estava em trevas, jamais poderia ir até à luz, então a luz veio até nós. Como?
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, pleno de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.” (Jo 1.14).
O Verbo (Deus, a luz) se fez homem e habitou entre os homens. A Sua glória foi vista como a do Unigênito do Pai. Ou seja, a luz que tanto precisamos é o Verbo, o próprio Deus, aquele se fez homem e veio até nós, Jesus Cristo.
Foi exatamente isso que Jesus disse a seu respeito. Veja:
Jo 8:12: “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
Jo 9:5: “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.”
Jo 12:46: “Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.”
Jesus é a luz que precisamos desesperadamente. Sem Ele nos mantemos nas trevas, distantes de Deus, à deriva do caos de nossos próprios desejos.
Jesus é o Deus unigênito que nos revelou o Pai (Jo 1.18). Somente através dEle somos reconciliados com Deus, temos clareza de visão e navegamos à luz da Sua vontade para as nossas vidas.
Você está perdido? Talvez até esse momento nem sequer tenha se entendido dessa forma! Percebe algum problema, mas tenta com sua própria lanterna resolver. Bem, eu já estive assim também. Estive assim no Amazonas, mas principalmente na vida, até que a luz veio ao meu encontro. Quando Jesus me encontrou, tudo mudou!
Minha oração agora enquanto escrevo esse texto é que a luz dos homens, Jesus Cristo, também vá ao seu encontro. E quando isso acontecer... abandone as trevas e siga a luz!
pr. Nelson Galvão
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