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Perseveravam na comunhão



Alguém na igreja já falou alguma coisa, ou fez alguma que deixou você muito triste? Qual foi sua reação? Bem, a nossa reação natural é revidar, falar/fazer algo que retribua a ofensa sofrida. Uma outra reação é nos afastar. Não querer mais contato. Se afastar definitivamente da igreja. Ou até mesmo ficar na igreja, mas sem qualquer relacionamento.


Bem, preciso dizer que “sim”, eu já passei muito por isso, e “sim”, já agi dessas duas maneiras que mencionei, como reação às ofensas sofridas.


Mas, como a Palavra de Deus nos orienta a agir quando um irmão nos ofende com palavras, ou ações?


Vamos voltar ao sermão de domingo? No último domingo em nossa igreja foi exposto At 2.42. Vimos que esse relatório de Lucas a respeito da igreja primitiva é o paradigma a ser seguido. Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e na oração.


Gostaria de voltar aqui novamente, especificando a perseverança na comunhão.


O Novo Testamento sempre usa palavras para se referir à Igreja que denotam coletividade: comunidade, povo de Deus, família, irmãos, corpo de Cristo, templo de Deus.


Isso porque a comunhão faz parte da natureza da igreja. A palavra comunhão significa Koinonia, compartilhar, ou manter coisas em comum, é a partilha de alegrias e tristezas. É andar com o outros de maneira que somos mutuamente encorajados, edificados, exortados, consolados.


É nisso que a Igreja primitiva perseverava. Aliás, essa é a exortação de Paulo aos efésios:


“Portanto, eu, prisioneiro no Senhor, peço-vos que andeis de modo digno para com o chamado que recebestes, com toda humildade e mansidão, com paciência, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando cuidadosamente manter a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.1-3).


“Procurando cuidadosamente”. Essa expressão que Paulo usa é bem interessante. Outras versões trazem: “Façam todo o esforço”. Isso significa que, uma vez que fomos alcançados pela graça manifesta no Evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo, agora, em nossas relações mútuas devemos manifestar essa mesma graça no trato com os outros.


E aí é bem triste a constatação de Mark Dever. Segundo o autor vivemos o tempo da “fobia de compromisso”; i.é, “o medo de que, ao prometer que faremos algo, perderemos a oportunidade de obter algo melhor” [1].


Essa fobia se manifesta claramente em uma pesquisa recente, realizada entre igrejas da Convenção Batista do Sul dos EUA, que revela que em uma igreja típica dos EUA, quanto à membresia: 5% não existem; 10% não podem ser achados; 25% não a frequentam; 50% aparecem no domingo; 70% não assiste à reunião de oração; 90% não realizam o culto doméstico e 95% nunca compartilharam o evangelho com os outros[2].


Para piorar essa situação, a tendência de mega igrejas transformou a igreja em um supermercado, e discipulos em clientes.


E dentro dessa cultura do consumo, apresentamos inúmeros motivos para não perseverar na comunhão:


- Correria do dia a dia: “Não tenho tempo”;

- Traumas com experiências passadas com igrejas;

- Atritos/discórdias uns com os outros

- Não querer abrir mão de um estilo de vida em que a comunhão na igreja não faz parte.


Entretanto, precisamos nos lembrar o tempo inteiro de que a vontade de Deus para nós é que perseveremos na comunhão. Então, aí vai algumas dicas práticas:


- se esforce para se envolver. Faça parte de algum pequeno grupo da igreja.

- saia das redes sociais e desenvolva relacionamentos. Pare de esperar que as pessoas venham até você. Vá até elas. Seja intencional.

- tenha mais amigos na igreja do que fora.

- abra a sua casa. Chame pessoas da igreja para ter refeições.

- tenha cuidado no trato com os irmãos. Cuidado com julgamentos precipitados. Seja gentil, use palavras que edificam e transmitem graça (Ef 4.29).

- não desista. Trate pessoalmente e secretamente com o irmão que te ofendeu (Mt 18).


Minha oração (peço que se junte a mim) é que Deus continue a nos dar a graça de perseverarmos na comunhão, dando testemunho assim, da graça redentora que experimentamos em Cristo.


pr. Nelson Galvão


Referências

[1] Mark Dever. 9 Marcas de uma igreja saudável. Fiel. p. 160 [2] Ibid. p. 205

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