Confira também em áudio:
Tenho tido a alegria de ver em nossa igreja inúmeros irmãos crescerem no conhecimento do Senhor. São várias pessoas que têm sido transformadas, têm experimentado profunda mudança em seus casamentos, na criação de seus filhos, e até mesmo em suas relações em seu ambiente profissional.
Por outro lado, também vejo, e com tristeza, alguns irmãos que parecem estacionados. Não crescem, não mudam, estão na mesma de sempre!
Isso me faz perguntar: Por que isso acontece? Por que uns experimentam transformação positiva em suas vidas, enquanto outros permanecem na mesma “vida” de sempre”?
A resposta está na relação de cada um com a igreja. Isso mesmo! Tenho refletido sobre a importância de ser membro de uma igreja local. Já escrevi um primeiro texto a respeito e gostaria de dar continuidade hoje. Confira o texto anterior nesse link: https://www.pibindaiatuba.com/post/o-que-significa-ser-membro-da-igreja
No primeiro texto sobre esse assunto, refletimos sobre a conversão do apóstolo Paulo e o período decorrido após a sua conversão (At 9). Esse relato nos ajuda a entender a questão da membresia na igreja. Existem duas ênfases dadas nesse relato de Atos, conforme refletimos: Identidade/pertencimento e auxílio mútuo.
Já trabalhamos esses dois fatores que nos fazem refletir sobre a importância de ser membro da igreja. Hoje veremos mais dois fatores que nos levam a entender a importância de ser membro de uma igreja local. Estes fatores nos ajudarão a entender por que uns são transformados e amadurecem, e outros não.
Vejamos Efésios 4. Esta é a segunda metade da carta. Na primeira, Paulo ressaltou as bênçãos derramadas pela graça de Deus, por meio da fé em Cristo. Nessa segunda metade, o apóstolo exorta a que vivamos de maneira digna das bênçãos que já temos em Cristo.
É nesse contexto que Paulo fala a respeito da Igreja. Ele diz que a vitória de Cristo na cruz deu dons aos homens (4.7-10). Esses dons são pessoas vocacionadas por Deus: Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores-mestres (4.11).
Quanto aos apóstolos e profetas, esses foram mencionados em Ef 2.20. São aqueles que compuseram o Antigo Testamento e o Novo Testamento e, portanto, compõem o fundamento da Igreja. Estes não existem mais (ainda que impostores se intitulem assim em nossos dias).
Entretanto, evangelistas e pastores-mestres ainda existem. E é muito importante perceber o que acontece com a atuação deles na igreja. É aí que vemos a importância de ser membro da igreja.
1. Edificação mútua
Veja no v. 12. A atuação dos dons na Igreja incide no “aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo”.
Perceba, cada um na igreja é aperfeiçoado naquilo que Deus o chamou e isso faz com que a igreja seja edificada.
Ou seja, é na igreja que somos capacitados para sermos maridos/esposas, pais/filhos, patrões/empregados de acordo com a vontade de Deus. Cada parte em unidade atuando corretamente edifica o corpo de Cristo. Veja:
-líderes capacitando os crentes ao ministério
-homens liderando
-mulheres auxiliando
-mulheres mais velhas discipulando mulheres mais novas
-crentes discipulando outros crentes
Tudo isso junto coopera para a edificação do corpo de Cristo.
Incrível, você não acha? É bem diferente do modelo que encontramos em muitas igrejas, onde somente um grupo específico de pessoas trabalha e os demais “assistem”.
Existe ainda um elemento que deve nos fazer refletir sobre a importância de ser membro da igreja local.
2. Maturidade
Vejamos o v.13:
-v. 13 – Todos cheguem à unidade da fé
-v. 13 – Todos cheguem ao pleno conhecimento do Filho de Deus
-v. 13 – Todos cheguem ao estado de homem feito
-v. 13 – Todos cheguem à medida da estatura de Cristo
Veja que a grande questão envolvida é a maturidade. O alvo não é o crescimento numérico da igreja, é parecer-se mais com Cristo. Os crentes em Cristo crescem até que “cheguem à medida da estatura de Cristo”.
Em outras palavras, à medida que crescemos à imagem de Cristo, nos submetemos à vontade do Pai como Ele; perdoamos como Ele; amamos como Ele; somos maridos/esposas que refletem a relação de Cristo com Sua Igreja.
E tem mais, veja comigo o v. 14. Sendo capacitados, os crentes amadurecem de acordo com o caráter de Cristo e deixam de ser inconstantes como crianças, aprendendo a rejeitar o que é falso.
Hoje tem se proliferado todo vento de doutrina: visões, revelações, dente de ouro, unção do riso, mulheres no pastorado, igrejas de parede preta, igrejas inclusivas.
Como não ser levado por todo vento de doutrina? Paulo nos diz: a Igreja. É na igreja (a realmente bíblica), que temos os evangelistas e pastores-mestres que nos aperfeiçoam naquilo que Deus nos tem chamado, e a atuação do ministério de cada um faz com que a igreja seja mais parecida com Cristo e não se deixe levar por falsos mestres e seus falsos ensinos.
Percebe então a importância de ser membro da igreja local? Diante disso precisamos considerar:
A. O desigrejado
O desigrejado é aquele que professa a fé cristã, mas, por algum motivo, acha que deve exercer sua fé na privacidade de sua casa. Fazendo assim, essa pessoa não faz parte de todo esse processo descrito por Paulo. Ele não é edificado/capacitado para o serviço, não amadurece na fé e, por isso, é levado por todo vendo de doutrina.
B. O Igrejado
O igrejado é aquele que até frequenta a igreja, mas não ao ponto de desenvolver relacionamento significativo com alguém. O igrejado vai aos cultos de domingo, mas apenas quando lhe convém, somente à medida que isso não o comprometa. Suas prioridades mesmo são:
-o futebol do fim de semana com os amigos;
-o passeio no parque;
-o churrasco com os colegas de trabalho;
-a praia nos feriados
Quando lhe sobra um tempinho, à medida que tem disposição, vai na igreja.
É curioso que quando essas pessoas têm algum tipo de necessidade (seja por enfermidade, ou questão financeira) e a igreja não corresponde à expectativa de ajuda, eles ainda cobram a igreja por não ajudar!
Bem, o desigrejado e o igrejado são um reflexo do hiperindividualismo de nossos dias e, ambos, não crescem, não têm seu chamado desenvolvido, e terminam sendo levados por qualquer vento de doutrina.
Isso deve nos levar, então, à pergunta inicial: por que uns experimentam transformação positiva em suas vidas, enquanto outros permanecem na mesma “vida” de sempre”? A resposta é: porque não aproveitam o grande presente de Deus para nós, a Sua Igreja.
Meu irmão, se você professa a fé no Senhor Jesus Cristo, devo dizer-lhe que a vontade de Deus para você é que você faça parte de uma igreja local realmente bíblica, participe efetivamente, abrindo sua vida para a vida da igreja, e se deixe crescer no conhecimento do Senhor Jesus, sendo ensinado, encorajado e exortado, através da operação dos dons do Corpo de Cristo, a sua Igreja.
pr. Nelson Galvão
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