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O que significa ser membro da igreja?

Atualizado: 26 de jun. de 2024



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Esse fim de semana celebramos em nossa igreja o casamento de um jovem casal. Foi realmente emocionante ver a graça de Deus na vida desses jovens. O que mais me chamou a atenção não foi o culto em si, mas todo o processo até a ocasião. Várias pessoas de nossa igreja se dedicaram no apoio ao casal. Alguns no discipulado, outros no aconselhamento pré-nupcial, outros no planejamento da cerimônia, outros na ornamentação, outros na recepção, etc. De fato, fazer parte do Corpo de Cristo e, em decorrência disso, ser membro de uma igreja local, faz toda a diferença!

 

Isso me fez lembrar da conversão de Saulo. No caminho para Damasco, o Cristo ressurreto revelou-se a Saulo, que perseguia a Igreja. Diante disso, o perseguidor da igreja foi transformado em discípulo de Cristo (At 9). Ok, mas o que isso tem a ver com ser membro de uma igreja local?

 

Perceba, o que aconteceu imediatamente depois desse acontecimento? Nem sempre paramos para observar com cuidado o relato de Lucas. Esse relato nos ajuda a entender a questão da membresia na igreja. Existem duas ênfases dadas aqui nesse relato de Atos. Claro que não serei exaustivo aqui. Existem outros elementos a ser considerados. Mas eu gostaria de ressaltar estes aqui. Vejamos.

 

 

1.   Identidade e pertencimento

 

O Senhor instruiu Saulo a procurar Ananias, em Damasco, e este lhe instruiria quanto ao que fazer.

 

Uma vez em Damasco, Lucas informa-nos: “Saulo permaneceu alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco” (At 9.19). Perceba, “Saulo permaneceu com os discípulos”. Veja, uma vez discípulo de Cristo, Saulo foi inserido na comunidade da fé.

 

Mais tarde, quando Saulo foi para Jerusalém, os discípulos de Cristo tiveram dificuldade em recebê-lo, mas Barnabé o auxiliou e ele passou a andar com os discípulos de Cristo (At 9.28).

 

A fé em Cristo tem uma dimensão individual e coletiva. Por meio de Cristo, eu sou perdoado, resgatado do império das trevas, transformado em filho de Deus e discípulo de Cristo. Porém, existe também a dimensão coletiva da obra de Cristo. Por meio dEle, eu sou feito parte do corpo de Cristo, passo a pertencer à família de Deus.

 

 

2.   Auxílio mútuo

 

Tempos depois, quando Saulo passou a ser perseguido pelos judeus de Damasco, e tentaram contra sua vida, os discípulos de Cristo o auxiliaram. Veja:

 

-v.25 – Em Damasco, os discípulos, levando-o de noite, desceram-no pelo muro, dentro de um cesto.

-v.26 – Em Jerusalém tiveram medo, mas Barnabé o acolheu e ele foi levado aos apóstolos

-v.30 - Quando os irmãos souberam disso, levaram-no até Cesareia e o enviaram a Tarso.

 

Ou seja, havia um compromisso dos discípulos de Cristo em Damasco e Jerusalém, em preservar a vida de Saulo.

 

Esse compromisso com o outro não era novidade naquele momento da Igreja. Lucas relata por diversas vezes que todos os que criam em Jesus “estavam unidos e tinham tudo em comum” (At 2.44; 4.32).

 

Nos nossos dias, o movimento de crescimento de igreja tem afetado significativamente o conceito de membresia. O espaço de culto foi transformado em shows, com palco, baixa luminosidade, música emotiva e uma multidão cujas pessoas simplesmente não têm relacionamento profundo um com o outro.

 

Com esse formato de igreja, a membresia é tida como “irrelevante, desnecessária ou antiquada e, por essa razão, pode ser dispensada.”[1]

 

Esse tipo de igreja cresce exponencialmente porque vem ao encontro de uma cultura hiper individualista, cujos corações têm aversão ao compromisso mútuo. Por isso que muitos que se identificam como discípulos de Cristo (dimensão individual do cristianismo) não conseguem compreender a dimensão coletiva do mesmo. Assim, muitos “estão felizes por frequentar indefinidamente uma igreja específica, sem que haja uma associação formal. Outros estão felizes em visitar igrejas diferentes de mês em mês e permanecem nesse padrão por um ano ou mais. Ainda há outros que, enfim, não frequentam igrejas e tentam manter sua vida espiritual através do uso auto direcionado de livros cristãos, grupos de comunhão, estações de rádio ou outros meios de mídias cristãs.”[2]

 

Espero realmente que você fuja dessa cultura! Aproveite a Igreja Local! Não se feche. Compartilhe sua vida: suas tristezas, necessidades, temores, desafios, sonhos, alegrias. Se deixe ser ministrado, instruído, e exortado por outros, na atuação dos dons que Deus os concedeu. E se comprometa cada vez mais no serviço aos outros com o que Deus tem dado a você. Isso é ser membro da igreja do Senhor Jesus Cristo.


pr. Nelson Galvão



Referências

[1] Jonathan Leeman, A Igreja e a Surpreendente Ofensa do Amor de Deus: Reintroduzindo as Doutrinas sobre a Membresia e a Disciplina da Igreja, ed. Tiago J. Santos Filho, trans. Waleria Coicev, Primeira Edição. (São José dos Campos, SP: Editora FIEL, 2013), 37.

[2] Ibid, p. 38, 39.

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