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Eu também não mereço!

indaiatubapibi

Os três prédios símbolos da democracia foram invadidos e depredados. Estamos todos estarrecidos com o que aconteceu em Brasília no último domingo.


Me causa estranheza que um movimento que vem demonstrando seu descontentamento há meses, de maneira pacífica venha a, repentinamente, lançar mão de um artifício que é mais parecido com os Black Blocs. Teriam sido infiltrados a provocar tal desordem? A quem interessaria tal invasão? Vamos esperar que as autoridades investiguem de maneira isenta!


De todo modo, é óbvio que a manifestação é constitucionalmente legítima. Entretanto, quando ela se desdobra em invasões e quebradeiras, então deve ser veementemente rechaçada.


Foi nesse espírito que vimos no day after inúmeras autoridades se manifestarem condenando o ato. Uma das falas me chamou a atenção. O ministro do STF (aquele mesmo que disse “perdeu mané”) comentou sobre os 1.200 presos. Ele disse que aqueles que foram presos na manifestação, aqueles “que falam em nome de Deus”, estes “não merecem o Reino do Céu”.


Curioso! O juiz do Supremo Tribunal Federal se sentiu também com autoridade para sentenciar quem entra ou não no Reino do Céu!


O que levou o magistrado a condenar aqueles infelizes que, além de presos, foram mandados para o “mármore do inferno”? Precisamos refletir que essa atitude do magistrado reflete uma teologia que está baseada em pesos e contrapesos, em recompensa, mérito; em outras palavras, na salvação pelas obras!


É claro que quando se fala de justiça, precisa-se levar em consideração o mérito. O bandido deve ser punido e o justo louvado. Todavia, quando se trata de Reino do Céu, a pergunta é pertinente: “Quem merece entrar no Reino do Céu? O apóstolo Paulo respondeu a essa pergunta de maneira clara e direta: “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23). Perceba o “todos”. Então, pasmem, isso inclui bolsonaristas e lulistas!


Paulo combateu veementemente a teologia meritocrática. De acordo com Paulo, “ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei” (Rm 3.20). Ao contrário, “somos justificados gratuitamente pela sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Ou seja, a salvação se da pela justiça, mas não a nossa, e sim a justiça de Jesus Cristo, quando atribuída a nós por meio da fé.


Sendo assim, os 1.200 presos detidos na manifestação do dia 8 de janeiro, não merecem o Reino do Céu. Eu também não! E por melhor que você seja, também não! Porém, foi exatamente para pecadores que Nosso Senhor Jesus Cristo morreu ressuscitou.


É claro que os presos devem ser julgados de acordo com o rigor da lei (mas somente de acordo com a lei, e não com a conveniência vingativa de políticos). Entretanto, devem ser mandados também para o inferno? Ora, ora, achei que o amor tinha vencido!


pr. Nelson Galvão

 
 
 

1 hozzászólás


desolinacazettaarlindo
2023. jan. 18.

Nada melhor que "Romanos" para justificar esse acontecimento !

Kedvelés
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