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A quem você mais ama?




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Fomos criados para amar. Fomos criados pelo Bom Deus para amá-lo e desfrutá-lo para sempre. Entretanto, com o pecado, o nosso amor foi destinado para outros, ou para outras coisas. Amamos o que amamos e estamos dispostos a tudo para ter o que amamos.

 

Diante disso, a orientação bíblica é: “Não ameis o mundo” (1 Jo 2.15). João recomendou isso diante do ensino dos gnósticos que afirmavam não ter problema viver de qualquer maneira, seguindo os desejos. Porque uma vez que o espírito é bom e a carne é má, as obras da carne não poderiam contaminar o espírito. É claro que isso é uma falácia e João combateu veemente esse falso ensino.

 

É importante entendermos o conceito de João a respeito do “mundo”. O que é o mundo? Em Jo 3.16, Jesus disse: “Deus amou o mundo de tal maneira...” Obviamente o “mundo” a qual Jesus se refere não é o mesmo que João menciona. O “mundo” a qual Jesus se refere são os judeus e gentios. Deus amou também os gentios, e não somente os judeus.

 

E o que significa, então, o “mundo” a qual João se refere? Acompanhe comigo o contexto literário de 1 João:

 

a.   1 Jo 1.5 ss – Deus é luz, então não dá pra ter comunhão com Ele e andar em trevas;

b.   1 Jo 1.8 ss – Se dissemos que não temos pecado enganamos a nós mesmos e chamamos Deus de mentiroso

c.   1 Jo 2.3 ss – Aquele que diz que conhece a Deus, mas não guarda a Sua Palavra é mentiroso.

 

Ou seja, o “mundo” é tudo aquilo que se coloca contra Deus, contra a santidade de Deus, contra a Sua Palavra, contra a Sua vontade. Uma vez que Deus é luz, tudo o que é trevas faz parte do mundo.

 

E o apóstolo João continua:

 

- 3.1 – O mundo não conhece (relacionamento) a Deus, nem o povo de Deus.

- 3.13 – O mundo odeia os crentes

- 4.1 – Ao mundo pertencem os falsos profetas (4.1), o anticristo (4.3) e os descrentes (4.5).

- 5.19 - O mundo é controlado pelo maligno

 

Ou seja, em outras palavras, ao amar o mundo amamos tudo aquilo que se coloca contra Deus, que disputa o lugar de Deus como supremo objeto de nosso amor. E aí, pode ser até mesmo coisas boas que Deus criou (como família, trabalho, lazer), mas que foram corrompidas pelo pecado.

 

Agostinho relatou em seu famoso livro “Confissões”, sua vida antes de sua conversão. Era uma vida voltada a satisfazer os seus desejos pecaminosos. Uma frase me chama a atenção. Ele disse: “Amei a minha morte, amei o meu pecado” (Agostinho de Hipona, Confissões, p. 69).

 

Esse é o ponto. Depois da queda, o homem desviou o objeto do seu amor. Ele passou a ser inimigo de Deus e amar o mundo. Acontece que amar o mundo é amar a nossa própria morte.

 

Assim, amamos o dinheiro e o conforto que ele nos traz, por isso estamos dispostos a sacrificar até mesmo a própria família. Amamos tanto a nós mesmos, ao nosso bem-estar, que estamos dispostos a buscá-lo no entretenimento, no sexo ilícito, na bebida, ou nas drogas.  Amamos nos distinguir da multidão, ter o melhor carro, casa, beleza, títulos acadêmicos, etc.

 

E sabe o que é pior nisso tudo? Amamos o mundo e queremos usar Deus para obter o que amamos e é contrário a Ele. Sim, dedicamos nossas vidas a ter mais dinheiro e ainda fazemos orações, jejuns e votos a Deus para que Ele nos dê o que queremos! Quão terrível é o nosso coração!

 

Entretanto, na sequência de sua orientação, João faz uma afirmação que deve nos chamar a atenção:

 

“Ora, o mundo passa, bem como seus desejos” (1 Jo 2.17).

 

Ou seja, amar o mundo é fútil porque o mundo passa. Ele é efêmero; é uma ilusão. Em outras palavras, se nossa vida (amor) é dedicada a coisas que são passageiras, ela colhe instabilidade, tropeça nas trevas do pecado e, por identificar-se com o mundo, tem o mesmo destino que ele, passa.

 

Por outro lado, o filho de Deus está seguro. Veja o que João continua a dizer:

 

“mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. (1 Jo 2.17).

 

Que contraste! A pessoa que ama o mundo logo passa, mas o que “faz a vontade de Deus vive para sempre”.

 

E o que é fazer a vontade de Deus? É amá-lo acima de tudo!

 

“Ó Israel, o que é que o SENHOR, teu Deus, exige de ti agora, exceto que temas o SENHOR, teu Deus, que andes em todos os seus caminhos e ames e sirvas o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a alma” (Dt 10.12)

 

Isso só é possível através da confiança na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Antes da crucificação de Jesus, Pedro afirmou com todas a letras que estava pronto até mesmo a dar a sua vida por Jesus. E não demorou muito para perceber o quanto estava enganado!

 

É interessante lembrar que quando Jesus ressuscitou, Ele foi a Pedro e perguntou:

 

 "Pedro, tu me amas?" (Jo 21.16).

 

Essa é a grande questão. Não fomos chamados para fazer coisas para Deus, fomos resgatados para amá-lo acima de tudo e desfrutá-lo para todo o sempre. E esse amor por Deus só é possível por meio da fé em Cristo.

 

Sendo assim, precisamos regularmente perguntar ao nosso próprio coração: “A quem você ama?”; “Por quem, ou pelo que, você está disposto a dedicar tempo, sonhos e talentos?”, “Por quem, ou pelo que você tem dedicado toda a sua vida?”. Vamos perceber que frequentemente nos deixamos levar pelo amor ao mundo. E aí, nesse momento, precisamos nos voltar para o único capaz de transformar o nosso coração e satisfazê-lo plenamente: Jesus Cristo.


pr. Nelson Galvão

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