Na semana passada começamos a verificar o que o livro de Provérbios fala a respeito do dinheiro. Vimos que o livro de sabedoria nos instrui a honrar ao Senhor com nossos recursos.
A pergunta então é: Como? Como honrar ao Senhor com nossos recursos? Bem, vimos que somos advertidos quanto ao uso sábio do dinheiro. A primeira advertência em Provérbios é que devemos ter em mente que o dinheiro não é o bem mais preciso da vida, existem coisas mais importantes, como o temor do Senhor, justiça, verdade, sabedoria, ter um bom nome e integridade.
Uma segunda advertência do livro de Provérbios em relação ao dinheiro é quanto à maneira de se adquirir bens.
2. É mais importante “como ter” do que “ter”.
Vejamos:
· Bens adquiridos com maldade são inúteis
Pv 10.2
2 Os tesouros da maldade não servem para nada, mas a j4ustiça livra da morte.
· O acúmulo de riquezas por meio da mentira é passageiro e uma armadilha
Pv 21.6
6 Acumular riquezas com a língua mentirosa é vaidade passageira e armadilha mortal.
· A riqueza adquirida às pressas se perderá
Pv 13.11
11 A riqueza adquirida às pressas se perderá, mas quem a ajunta aos poucos fará com que ela aumente.
· A riqueza adquirida facilmente não é abençoada
Pv 20.21;
21 A herança que no princípio é facilmente adquirida não será abençoada no fim.
Isso me leva a pensar que conquistar aquele carro que sempre quisemos, ter a casa própria tão sonhada, a promoção no trabalho que nos dedicamos tanto, nada disso tem valor se for adquirido de forma ilícita.
Isso é muito significativo quando consideramos que vivemos uma cultura que tem até nome, “jeitinho brasileiro”! Infelizmente consideramos normal “pequenas” infrações para tiramos algum proveito: ficar com o troco que veio a mais, fazer download pirata de mídias, dar atestado médico falso, estacionar em vagas especiais, pegar sinal de televisão de outra pessoa, fazer “gato” na energia, não dar nota fiscal, não declarar Imposto de Renda, falsificar a carteirinha de estudante, furar fila, comprar produtos falsificados, bater ponto pelo colega no trabalho, etc.
Essas práticas apontam para o fato de que estamos dispostos a quebrar princípios morais (o “jeitinho brasileiro”), desde que venhamos a adquirir o que desejamos.
Entretanto, o Evangelho muda o nosso coração. Por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo, passamos a ter uma nova forma de pensar, inclusive quanto ao dinheiro; ou seja, o “jeitinho do cristão”. É por isso que, ao escrever aos Efésios, Paulo exorta seus leitores a, (diga-se, já tinham sido abençoados com todas as bênçãos espirituais por meio de Cristo, cf. Ef 1.3) não roubar; “pelo contrário, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom” (Ef 4.28).
Dessa forma, o Evangelho nos faz reordenar nossos valores, de maneira que os bens não estão entre os “Top 5” de nossas prioridades. Assim, como vimos, na semana passada, honrar a Deus é mais importante do que ter a casa própria, ou o carro do ano. Se eles vierem, deve ser do jeito certo, para que Deus seja honrado. Se essas coisas não vierem sem que flexibilizemos princípios, então o fato de não os termos para que valores não sejam relativizados, também honrará a Deus.
pr. Nelson Galvão
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